Moradores da Favela de Manguinhos, na Zona Norte, realizaram nesta quinta-feira um protesto contra a morte do jovem Paulo Roberto Pinho de Menezes, de 18 anos. Por volta das 13h, várias pessoas tentaram fechar a Rua Leopoldo Bulhões. A Polícia Militar foi acionada e liberou a via, sendo recebida a pedras pelos populares.
Os policiais responderam dando tiros para alto. Os manifestantes se dispersaram e a polícia entrou na comunidade atrás do grupo que arremessou pedras. Moradores acusam PMs da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade de espancar e matar o jovem, na madrugada desta quinta-feira. Segundo a polícia, contudo, o rapaz caiu desacordado após ser perseguido pelos militares.
De acordo com a corporação, PMs avistaram quatro jovens em atitude suspeita na localidade conhecida como Barrinho. Segundo o capitão Gabriel Toledo, comandante da UPP, ao se aproximarem para realizar a abordagem, um dos jovens fugiu em direção a um beco e, visivelmente alterado, caiu desmaiado antes mesmo de ser capturado pelos policiais.
Os agentes colocaram o jovem desacordado dentro da viatura e o levaram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos. A Polícia Civil realizou perícia no local onde o jovem faleceu e encontrou sangue nas paredes do beco. O material colhido foi enviado para análise.
A médica que fez o atendimento de Paulo Roberto informou que ele já chegou morto à unidade. As causas da morte só poderão ser conhecidas com o exame de necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal (IML). De acordo com relatos dos policiais, os jovens que estavam com Paulo Roberto afirmaram que ele havia cheirado loló minutos antes do ocorrido.
Nove passagens pela polícia
A ocorrência foi registrada na 21ª DP (Bonsucesso). A mãe da vítima, identificada como Fátima Pinho de Menezes, 39 anos, acusou os PMs de espancarem o jovem. Ela apontou um dos soldados, conhecido pelo apelido de Martelo, como um dos autores do crime. Ainda segundo Fátima, o policial já havia ameaçado Paulo Roberto de morte após prendê-lo anteriormente.
Jovem morreu em Manguinhos na madrugada. Família acusa PMs
Segundo informações passadas à família, as paredes das casas do beco onde aconteceu a morte ficaram sujas de sangue. Segundo testemunhas, além de socos e chutes, os policiais ainda bateram com a cabeça do rapaz nas paredes. De acordo com Fátima, apesar de ter nove passagens na polícia, o jovem não tinha envolvimento com o tráfico. Ela acusou a PM de prestar socorro apenas após a morte do filho.
Amigos que estavam com Paulo Roberto no momento da abordagem policial afirmaram que ele não portava drogas e teria se rendido aos PMs.
Em nota, a PM negou as agressões e disse que o policial mencionado não estava de serviço durante a ocorrência e ressaltou que o agente mencionado está cumprindo serviço na tropa de ocupação do Complexo do Lins, desde 6 de outubro, data em que foi integrado ao efetivo da ocupação das comunidades do Lins.
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